terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Acordo Ortográfico

Estava para ser aprovado pelo governo no final de 2007, mas mais uma vez foi adiado.
O língua portuguesa escrita, tem muitas regras pouco claras.
Como português desconhecia que no Brasil se escrevia lingüiça, tendo uma leitura de acordo com o que dizemos, e que o acordo quer abolir.

Gostaria de saber porque é que:
- "freqüência", que se diz "frecuência" e se deve escrever "frequência". Não sabia mas na pesquisa que fiz "frecuencia" é uma palavra que se usa no castelhano.
- "lingüiça", que se diz "lingu-iça" e se tem de escrever "linguiça".
- Já coloquei esta duvida em ciberduvidas.pt e aguardo resposta.

Ou será que o "u" nestes casos, nunca deve ser lido? Se assim for tudo bem!

Existem muitos exemplos e muitas explicações, algumas com origem no latim. Se estamos a rever o acordo, não se poderia encontrar uma grafia que resolva estas dúvidas? Talvez seja tarde! Será melhor esquecer o latim e dizer como um algarvio "tranquilo" em vez de "tranquilo"!

------------ agora algumas pesquisas ----------------------------------------------

[Resposta] Frequente

O som ¦k¦ antes de e ¦ke¦ ou de i ¦ki¦ na nossa língua está normalizado na grafia qu, quer no Brasil, quer em Portugal (no nosso país já lá vai cerca de um século). Assim, quando o u se pronuncia, a grafia mantêm-se que ¦kwe¦ ou qui ¦kwi¦, ambas com ditongo crescente (são grosseiras as pronúncias ¦ku-e¦ ou ¦ku-i¦).

Linguiça

O trema em Portugal foi banido da língua portuguesa no acordo de 1945 (no Brasil sê-lo-á completamente no novo acordo). Só se aceita (e aceitará) em nomes próprios estrangeiros ou derivados (ex.: Müller, mülleriano) ou em siglas e unidades de medida. De acordo que seria útil para esclarecer a pronúncia. No entanto, lembro que há línguas sem acentos; ora isso não impede que os falantes interpretem convenientemente as grafias que representam a fonia das palavras, pois as grafias são meras convenções estabelecidas na comunidade linguística para comunicarem a sua fala por escrito.

Acordo de 1990

Concordo que o novo acordo não é perfeito. Foi, porém, o melhor que os especialistas conseguíram, para obter alguma uniformização (um único dicionário para toda a lusofonia e uma grafia que seja toda legal no universo da língua). Tinha-se tentado uma proposta mais ambiciosa, em 1986, mas foi recusada porque… simplificava em excesso…

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Concordo quando Daniel Vieira disse: Realmente, esta controvérsia sobre um “acordo ortográfico” nunca mais vai acabar. Eu li esse acordo e, sinceramente, são mais as excepções/exceções que as regras! Mas, na realidade, eu defendo que deverá existir uma única maneira de escrever certas palavras. Inclusivamente, ainda me lembro, quando frequentei/freqüentei a escola básica, que me confundiam as chamadas “letras mudas” em palavras como “acção” ou “Baptista”. Se as letras não são lidas, por que diabo estão lá? E até com o “h” no início das palavras! Mas compreendo que foi a origem dessas palavras que ditou essa situação. Outra coisa: eu até defendo que o trema seja utilizado nas palavras como “freqüência”. Assim, qualquer aluno de 6 anos (de língua portuguesa) acabaria por perceber quando é que o “u” era lido ou mudo! Ou qualquer estrangeiro estudante de língua portuguesa também iria perceber essa realidade. Por outro lado, defendo que em palavras como “idéia” ou “assembléia” não faz sentido nenhum o acento, pois isso tem mais a ver com a maneira como essas palavras são faladas no Brasil (onde quase todas a vogais são abertas, tipo a língua italiana). Se lhes retirarmos o acento, “ideia” e “assembleia” são lidas da mesma forma.

Concluindo, penso que seria mais fácil para qualquer estrangeiro entender palavras escritas no Brasil, em Portugal, na Angola ou em Timor, como por exemplo este pequeno texto que inventei agora: “Ação, Vitor Batista! Freqüentei de facto muitos cursos de Português e fiquei com a ideia que seria ótimo as palavras serem as mesmas, independentemente do lugar onde estão sendo escritas! O tempo hoje está húmido! (Ou será, o tempo oje está úmido?)…”
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Gostaria de aprofundar o tema, mas penso que este Acordo Ortográfico de 1990, deve ser revisto.

Para saber mais em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Acordo_Ortogr%C3%A1fico_de_1990
Ortografias: http://www.dha.lnec.pt/npe/portugues/paginas_pessoais/MMC/Ortograf.html
http://www.ricardo.pt/ensaiogeral/2006/02/porque-nao-quero-o-novo-acordo.html

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